Ontem, o eclipse solar prometia um espetáculo completo no céu, mas as condições climáticas caprichosas limitaram o registro do fenômeno. Márcio Evangelista, com sua sensibilidade característica, conseguiu capturar apenas o início do eclipse, quando a lua começou a encobrir o sol. As nuvens que tomaram conta do céu pouco depois impediram que o restante do fenômeno fosse visualizado em sua totalidade.

Nas imagens de Evangelista, o primeiro contato entre a lua e o sol foi congelado em um momento de pura tensão visual com a borda solar parcialmente coberta. As fotos transmitem a sensação de expectativa, como se o universo estivesse preparando o grande espetáculo que, infelizmente, não pôde ser completamente testemunhado.

Embora a natureza tenha imposto seus limites, as imagens capturadas por Márcio evocam a beleza sutil do instante inicial do eclipse, aquele breve segundo em que o cosmos parecia conspirar para nos lembrar de sua grandiosidade. Mesmo sem o clímax do "anel de fogo", as fotografias nos transportam para o começo de uma dança celestial que, por um momento, nos deixou entre a luz e a sombra.

Márcio Evangelista, sempre atento ao poder do instante, transformou esse registro parcial em um testemunho da imprevisibilidade da natureza — e da beleza que pode ser encontrada mesmo nos momentos inacabados.

Por: Dorival Benutto.